segunda-feira, 28 de março de 2011

Batimentos Clara cardíacos



Doce Clara,

A sua vinda foi esperada com muito carinho, muito orgulho, muita alegria, muito zelo. A verdade é que eu já a queria há alguns bons meses e você, esperando a hora certa de sua vinda, planejando o seu presente! Pois, sim, você foi o nosso maior presente de final de ano e de uma vida inteira!

Lembro-me de que foi no sábado que eu soube da sua vinda, Clarinha, tinha próxima de seu um mês... Sorri e gritei ao telefone. Sorri, falei alto como que em susto, meu coração acelerou e meus olhos lacrimejaram! Também não era pra menos! Você era aguardada, esperada, amada e desejada por todos nós! Senti que meus sentimentos ali haviam mudado e que eu virara mãe junto a minha irmã. E sua mãe falava ao telefone comigo, com uma voz doce, com uma voz embargada de vida, carregando outra vida, uma parte dela, uma parte de nós!

E os meses iam se passando e a irmã do meu coração tendo desejos, tendo náuseas de manhã e mesmo assim sorrindo! Sorrindo como todos nós a sua volta! E eu, sua tia-madrinha-mãe, acompanhava seus ultra-sons, seu tamanhozinho minúsculo e a barriga de minha irmã! Era uma delicia ver a barriga em crescimento! Antes tão retinha e depois tomando forma.

Eu sempre conversei com você, Clarinha, e ficava ansiosa para ir visitá-los. Uma noite, antes de seus três meses, eu sonhei que você seria uma menina... então, liguei para meu pai, seu avo, que havia também sonhado e eu disse a sua mamãe!

Então, os meses iam se passando e a minha ansiedade aumentando, a medida que você empurrava a barriguinha da sua mamãe para um crescimento de vida e ela se transformava na mulher mais encantadora de minha vida! Sua mãe, minha doce irmã, havia mudado. Eu olhava para ela e sempre a via acariciando o ventre, sorrindo e conversando contigo (com uma voz melodiosa) e muitas e muitas vezes sem ao menos eu ter falado para ela, senti que você era uma parte nossa de longas vidas! E eu te amei! Te amei sem ver seu rosto, sem ver sua forma. Te amei de uma maneira incondicional sem imaginar que este amor assim tão puro, forte e cheios de vínculos pudesse houver! Não que eu não houvesse amado antes, mas dessa intensidade... foi você que me despertou!

E veio o dia de nosso primeiro encontro, Clarinha, você era tão pequenininha, tão frágil e tão graciosa! Confesso que sua dinda quis te apertar, mas não pode! Segurei a ti quase como quando se poe à palma da mão uma bolinha de sabão pega ao ar. E meus olhos brilharam de felicidade e emoção... e uma lágrima caiu.

Doce Clara da minha vida, amo você incondicionalmente e agora (definitivamente)sei o significado de amor espontâneo, de querer doar sem nada querer receber.

Você é o anjo de meus dias!