domingo, 25 de janeiro de 2009

Um passo por vez, a bailarina sempre encontra o soldadinho de chumbo





Ele a encontrou quando ela ainda era uma menina. A verdade é que dela ele cuidou, com olhares apreensivos, como se zela criança que cresce solta correndo por entre o coreto da cidade do interior. Fazendo um favor a seus dois amigos irmãos que às vezes sumiam e o pediam para ficar somente vigiando a garotinha. Ele cuidou. Ela o achava bonito. Ele ficava longe, mas com os olhos próximos.


Os anos passaram. A menininha não precisava ser cuidada (ou achava isso). Eles se viam e se cumprimentavam nas férias. Às vezes, com um abraço desajeitado entretanto, sempre com um sorriso. Depois ela parou de vê-lo, ou ao menos havia se esquecido de se lembrar dele e quando deu por si era carnaval. A garota já tinha idade para sair sozinha, sem que os primos e irmãos cuidassem (totalmente) ou desde tal momento não precisaram mais pedir ao amigo para que lhe quebrassem o galho.


Foi neste carnaval que seus olhos se encontraram pela primeira de muitas vezes. Com este encontro veio incluído o sorriso de tempos atrás, o interesse por saber como ela estava, o que fazia. Havia crescido e ele sabia disso e não conseguiu desviar sua atenção dela e nem deixou que a desviassem dele também. O primeiro beijo: timido, prazeroso, escondido, roubado, tremido. Perto da igreja iluminada. Pois para quem vive em cidade histórica barroca compreende que em toda parte a qual se vai há um monumento desses velando por tudo. E a história dos dois ali se fundiu.


Tempos depois tiveram vários outros encontros. Esses vieram sem serem marcados, sem data, local e hora. Ele dizia que todas as vezes que vinha de férias pensava nela. E ela, por mais que tivesse conhecido outros garotos, quando se esbarravam esquecia-se do mundo a volta, das outras possibilidades e confiava no garoto de braços bem torneados, de tatuagem de dragão e de calos nas mãos bem cuidadas.


Vários foram os encontros e tantas mais as despedidas. A mais dolorida surgiu em um ano quando ele veio lhe dizer que mudaria de país. O chão dela ficou tortuoso e seu desejo era o de voltar a ser aquela garotinha para que não precisasse fitá-lo diretamente. Longe. Tão longe assim... Como seria? Não, não seria. Seguiriam suas vidas, simplesmente. Desta vez eles não puderam dizer até as próximas férias. O garoto de cabelos vermelhos embarcou. Com o coração aos pulos e a garganta doendo ela ficou. Aceitou. Decididamente.


Dois anos passaram sem que houvesse notícias. Havia o esquecido, afinal, amor mesmo não podia ser. Sua mãe, em um dia de verão, chegou em casa e disse algo sem pretensão (pois nem ela sabia de tal romance): "encontrei com a tia dele, ficamos conversando... se casou no estrangeiro". As últimas palavras soaram como eco em seu ouvido. Sorriu, sem graça, talvez. Mas sorriu. Decerto... E seguiu a vida.


Anos depois, outro carnaval. Este decididamente seria um bom feriado. Em frente a um bar, ameaçando chover na noite, a garota olhou adiante e seus olhos se esbarraram. Não, ela não quis acreditar! Não podia estar apenas imaginando. No entanto sua prima percebendo o que se passava falou: "cabelos assim, ruivos, se não forem os meus, são os dele. E eu estou aqui, ao seu lado. E você está vendo." Talvez ela nem escutasse mais. E os passos iam se aproximando dos seus pés presos ao chão. E o seu coração gritou com batimentos ferozes. Ele estava ali na frente dela, pronto para dar lhe um abraço apertado. E antes de dizer algo, o garoto a enlaçou o mais forte que pôde e mais como um suspiro ouviu "menina". Sim, continuava sendo a sua menina.


O barulho de todo um carnaval fez-se silêncio em seus lábios. Posteriormente foi dito que havia dado certo, e que ele nunca havia esquecido. E a afeição que ela julgava desaparecida emergiu mais uma vez. Contudo restava outra partida. E assim a passos pequenos ficava cada vez mais difícil dizer até breve.


Em um inverno ela voltou para casa de férias. Na primeira noite a menina tirou de dentro do armário uma blusa de frio. Dele. Dormiu com ela. Sentiu-se confortável. Dia seguinte resolveu checar seus e-mails e dentre vários havia um único nome que a deixava sem ar, dizendo em curtas palavras "estou no Brasil e quero te encontrar, se você também quiser". Foi o inverno mais lindo que passaram. Naquele julho agosto descobriram que independente do tempo que partilhavam era impossível não sentir falta.


No ano seguinte ele a surpreendeu ao voltar para o Natal. O coração dela ultrapassava boas batidas de maratonistas e quanto mais se aproximavam mais frio na barriga sentia. Ao se tocarem, a outra parte, sentiu o mesmo. Embora acostumados a tudo aquilo o último dia dos dois como disseram valeu por todo um ano. E em uma noite típica de verão ele disse que a amava. Assim, fácil, como se dissesse obrigado. Repetiu e concluiu dizendo que era para a menina dele aproveitar o ano que começava. Para fazer tudo o que ela tinha direito, pois quando ele voltasse, se continuassem dessa forma era a certeza que o garoto de cabelos marrons (não eram tão mais ruivos) aguardava. "Há anos a gente está junto. Toda vez que venho... A gente vai casar... é a gente vai casar... e eu volto daqui a um ano e meio, menina". Ela paralisada  não soube se expressar. "Sim, vamos nos casar". E ficaram a fazer planos, abraçados, felizes como nunca. Ela somente perguntou: o que você viu em uma garota de 14 anos? Ele somente respondeu: O mesmo que continuo vendo nela 8 anos depois.


Eles não sabem, porém, um dia não mais terão que se despedir. Os dois por várias provas passarão. Conheceram e conhecerão diversas pessoas. Mas nenhuma as completam tanto. Ninguém os faz ter tremores de roda gigante e coração palpitante somente por pensar no mínimo detalhe. A diferença da idade não mais parece e nem interfere. Ela por toda uma vida será a menina dele. Ele por todo um sempre será o garoto dela.


E nesta semana ele ligou dizendo que comprou sua primeira panela de pressão e estava aprendendo a cozinhar. Ela achou aquilo a coisa mais linda do mundo e guardou as últimas palavras dele "não esquece de mim não, menina..."


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

E Que Sejamos Livres Para Ser o Que Somos!


Feliz 2009!! Antes tarde do que nunca! Idéias novas espero pra nosso blog! Desejo a todos muita coisa boa, sabedoria, sucesso, feriados prolongados, dias na praia com bastante sol, amigos verdadeiros, paixões avassaladoras, noites frescas e estreladas, viagens divertidas, passeios de balão, pisar mais vezes descalço na grama...enfim! E só pra vcs entenderem o melhor de um ano novo, vou colocar aqui um texto muito conhecido, mas como estamos no inicio de janeito, é bom relembrar-mos das coisas ditas nele..e ai vem...: FILTRO SOLAR!

Não se deixe levar pelo tamanho do texto, vale a pena ler..muitos sabem o quanto ele é revigorante!


Nunca deixem de usar filtro solar! Se eu pudesse dar uma só dica sobre o futuro,seria esta: use filtro solar. Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solarestão provados e comprovados pela ciência; já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês.
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o podere a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas, pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos eperceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em diaquantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente,e como você realmente tava com tudo em cima. Você não é tão gordo(a) quanto pensa! Não se preocupe com o futuro.Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupaçãoé tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade de sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às quatroda tarde de uma terça-feira modorrenta.
Todo dia enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade. Cante. Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental. Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima,às vezes por baixo. A peleja é longa e, no fim,é só você contra você mesmo. Não esqueça os elogios que receber. Esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos. Estique-se. Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida .As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam,aos vinte e dois, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos. Você vai sentir falta deles. Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.
Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você. As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo. É assim pra todo mundo. Desfrute de seu corpo.Use-o de toda maneira que puder. Mesmo. Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir. Dance. Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto. Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois. Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.Dedique-se a conhecer os seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passadoe possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro. Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficase de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.
More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer. Viaje. Aceite certas verdades inescapáveis: Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear.Você, também, vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem,os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes,e as crianças, respeitavam os mais velhos. Respeite os mais velhos. E não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada. Talvez case com um bom partido. Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.
Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos quarentavai aparentar oitenta e cinco. Cuidado com os conselhos que comprar,mas seja paciente com aqueles que os oferecem.Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo,repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas no filtro solar, acredite!