quinta-feira, 20 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Deslizes


Ontem... Que desastre! Como se não bastasse essa chuva que cisma em cair incessantemente... torci o pé... quase que caio da escada sem poder cair...Três da tarde, chuva forte pra danar... a campainha tocou e eu sai para atender. Era o carteiro... antes que eu o visse , ele ja estava dentro do carro, falando: " fecha a porta! Por causa dos cachorros..." Sorri... Pensei: "Branquinha e Minus, todo mundo tem medo deles..." mas respondi: " estão lá em baixo... não vão subir aqui, não " Então, ele desceu do carro e tirou da van duas caixas. Porém, nesse exato momento, não sei o que eu arrumei... escorreguei... Assim!?! Do nada??? Do nada mesmo... nem deu tempo para dizer ái! Também não deu tempo para andar e muito menos sair do lugar... E o homem de calça azul e blusa amarela me entrega duas caixas... uma enorme e a outra média, escritas "frágil". Agradeci, assinei "com nome todo, por favor" e virei. Subi mais quatro degraus... Como isso dói... e ninguém para me ajudar... Cheguei na entrada, chovendo em cima de mim, e eu simplesmente não conseguia sair do lugar... Era só dar mais alguns seis passos, no máximo! Mas quem disse que eu queria (ou conseguia?) sair do lugar. Entretanto, as caixas eram de papelão .. Sedex... Comecei a andar devagarinho até que cheguei à sala. Coloquei as caixas no chão... Senti minha testa suando... Lembrei de um amigo que havia torcido o pé em julho, e por isso acabamos parando na policlínica... agora sim entendo a dor... não que não houvesse entendido! Mas, não havia sentido. E daí, sentir à entender é uma grande diferença! Lembrei que a Loriel, minha irmã, havia trazido para casa uma bolsa de gel pra essas ocasiões... ela tão, sempre, prevenida! Fui pulando com um pé até a cozinha... estava ali, no congelador... voltei do mesmo modo. Sentei no chão, no meio da sala, pus a bolsa no meu tornozelo que latejava até minha alma! Sem exageros! Resolvi, então deitar. Queria que alguém estivesse ali. Juro! O melhor seria gritar "oh mainhê!" porque esse nomezinho sempre é o primeiro que lembramos de dizer na hora do apuros! Mas ela também não estava em casa. E meu pai ia demorar muito a chegar... ainda 15:36... Já estava deitada mesmo no meio da sala, resolvi ficar por ali, com a mão direita sobre a testa... Foi nesse momento que percebi lágrimas escorrendo (e muito!) na minha face. Fiquei ouvindo minha própria respiração e não sabia porque estava chorando. Imaginei o rosto vermelho, os olhos inchados... Um pé? Uma dor? Um afeto? Saudade? Lembrança? Não sei... sinceramente dessa vez eu não sabia mesmo. Fiquei ali deitada por algum tempo, impreciso, entretanto divino! Foi como se eu estivesse lavando minha alma... tirando algum peso da minha garganta. Depois, acabou... No fundo, torce o pé foi a melhor escolha!

sábado, 1 de novembro de 2008

A Primeira Vista


Eu tinha 13 anos. Ele 19. Eu estava sempre no mesmo lugar conversando com amigos. Ele passava por lá várias vezes. Eu nunca notei sua passagem. Ele sempre me enxergava. Eu era só uma menina. Ele me viu assim e quis cuidar de mim. Quis me colocar em seus braços e me proteger de um mundo que eu estava começando a conhecer. Ele queria montar um mundo só pra mim. Eu era só uma menina. Eu não enxeguei sua poesia logo de cara. Suas atitudes e intenções. Sempre escutei que seria a mulher mais feliz do mundo ao lado dele. Mas eu era só uma menina. Ele fez de tudo. Ele tentou pouco. Ele tinha as palavras mais belas. Ele se relacionou com outras pessoas porque eu não o enxergava como ele queria. Eu amo Girassol. Ele me deu uma flor mais especial e que não era a minha preferida. Ele se dizia feliz quando eu estava por perto. Eu apenas conseguia sorrir. Ele ganhou só um beijo meu. Eu ganhei carinho a mais. Ele sumiu. Ontem eu o reecontrei. E 10 anos depois...os sentimentos não mudaram. Ele virou ator. Eu não tenho mais 13 anos. Ele tem namorada. Eu tenho o meu gaúcho. Ele me convidou a sentar na mesa dele. Eu aceitei. Ele queria saber por quê ficamos daquele jeito. Eu não soube responder. Ele está escrevendo um livro. Eu sou um capítulo dele. Ele nunca me esqueceu. Eu nunca deixei ele me fazer a mais feliz do mundo. Ele disse “Eu Te Amo”. Eu só abaixei a cabeça. Ele segurou as minhas mãos. Eu estava tremendo. Ele disse palavras lindas. Eu fiquei tensa. Ele disse que inveja o meu melhor amigo. Meu melhor amigo disse que realmente é sortudo por sempre estar ao meu lado. Ele disse que eu tinha que ler “O Pequeno Príncipe. Eu rí e disse que era o meu livro preferido. Ele não conseguia parar de me olhar. Eu não conseguia sair dalí. Ele disse que ainda queria largar tudo e me fazer a mulher mais feliz do mundo. Eu disse que já tinha se passado 10 anos. Ele me via com olhos carinhosos. Eu me sentia envergonhada. Ele insistiu com meu melhor amigo que talvez pudessemos fazer uma outra história nossa. Meu melhor amigo não concordou diretamente. Ele mais uma vez disse que queria ter esse contato diário comigo. Meu melhor amigo disse que era engraçado e que ele já estava garantindo um lugar ao céu! Ele me deu um abraço. Eu me senti protegida. Ele pediu pra cuidar de mim. Eu disse que as coisas não são tão fáceis. Ele recitou um poema feito pra mim. Eu consegui tomar uma atitude e o abracei fortemente. Ele veio me deixar em casa. Eu não tinha certeza se queria entrar na portaria. Ele segurou minhas mãos. Eu agradeci por ele ter me feito a mulher mais feliz do mundo naquele instante.Ele não entendeu e riu. Eu disse que por todos os carinhos, atenção, dedicação e lembranças, como não seria a mulher mais feliz do mundo?! Ele mais uma vez me deu um abraço. Eu pedi pra não mais passar 10 anos. Ele disse que voltaria. Eu acreditei.

Romance Ideal:
Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
que eu nem sei se cometi
Ela é só uma menina
E eu deixando que ela faça
o que bem quiser de mim
Se eu queria enlouquecer
essa é a minha chance
É tudo que eu quis
e eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal
Não pedi que ela ficasse
Ela sabe que na volta
Ainda vou estar aqui
Ela é só uma menina
E eu pagando pelos erros
Que eu nem sei se cometi
Se eu queria enlouquecer essa é a minha chance
É tudo que eu quis
Se eu queria enlouquecer
Esse é o romance ideal

**Essa é uma dúvida que a gente não sabe quando irá terminar. E nem se vai terminar.